Ele era uma bolinha de pêlo indefeso que precisava de um lar. E foi isso que proporcionamos. O Nego ganhou uma casinha uma coleira, um potinho para água outro para a comida, brinquedinhos e amor.
Lembrando disso, agora sei o porquê dele ter tido um cuidado especial comigo. O Nego foi um dos que mais se importou comigo, se mostrou no dia-a-dia um amigo fiel. Acho que é por isso que eu o tenho como filho. Um verdadeiro anjo.
Parece mentira, mas a cada quimioterapia que fazia, ele sabia. Uma pelo horário que eu chegava em casa (quase sempre de madrugada), outra porque eu quase não levantava da cama. Ele pegou o costume de me espiar todas as manhãs, vinha correndo e abria a porta e olhava para cima da cama, conversava um pouco e deitava no tapete. Nos dias em que eu estava um pouco melhor eu colocava um colchão na sala e vinha olhar televisão. E o que o Nego fazia? Vinha deitar junto.
Hoje se você vier na minha casa, irá se espantar, ele sempre está aonde eu estou:
-Se estou costurando, o Nego está do lado da cadeira;
-Se estou tomando banho, o Nego está esperando na porta;
-Se vou me vestir, o Nego está sentado do lado da cama;
-Se sento para olhar tv, o Nego está nos meus pés ( ou em cima do chinelo);
-Se estou na cozinha, o Nego esta embaixo da mesa.
E é assim o nosso dia, onde um está o outro está também. Eu não me arrependo em nenhum momento por tratar o Nego dessa maneira, ele me cuidou muito quando mais precisava. Ele é como se fosse nosso filho, ele não é nosso animal de estimação, seria muito injusto tratar ele assim.
As pessoas intitulam os animais como irracionais, mas eu não os vejo assim. Eles sentem e interagem com a gente muito mais que os humanos. Não me arrependo em nenhum momento por tudo que fiz pelo Nego, quando eu mais precisei ele me confortou e estendeu sua mão, ops, sua pata.
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